Estudo
sobre a verdadeira religião
»TIAGO 1
“26
Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua
língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.
27
A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar
os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da
corrupção do mundo.”
»TIAGO 1
·PREFÁCIO E
SAUDAÇÃO
1 TIAGO, servo de
Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que andam dispersas,
saúde.
·AS PROVAS E AS
TENTAÇÕES
2 Meus irmãos,
tende grande gozo quando cairdes em várias tentações;
3 Sabendo que a
prova da vossa fé opera a paciência.
4 Tenha, porém, a
paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e
completos, sem faltar em coisa alguma.
5 E, se algum de vós
tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente,
e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.
6 Peça-a, porém,
com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda
do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte.
7 Não pense tal
homem que receberá do Senhor alguma coisa.
8 O homem de coração
dobre é inconstante em todos os seus caminhos.
9 Mas glorie-se o
irmão abatido na sua exaltação,
10 E o rico em seu
abatimento; porque ele passará como a flor da erva.
11 Porque sai o sol
com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência do
seu aspecto perece; assim se murchará também o rico em seus
caminhos.
12 Bem-aventurado o
homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá
a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.
13 Ninguém, sendo
tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado
pelo mal, e a ninguém tenta.
14 Mas cada um é
tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência.
15 Depois, havendo a
concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo
consumado, gera a morte.
16 Não erreis, meus
amados irmãos.
17 Toda a boa dádiva
e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem
não há mudança nem sombra de variação.
18 Segundo a sua
vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos
como primícias das suas criaturas.
19 Portanto, meus
amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para
falar, tardio para se irar.
20 Porque a ira do
homem não opera a justiça de Deus.
·CUMPRIDORES DA
PALAVRA
21 Por isso,
rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com
mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas
almas.
22 E sede
cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com
falsos discursos.
23 Porque, se alguém
é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que
contempla ao espelho o seu rosto natural;
24 Porque se
contempla a si mesmo, e vai-se, e logo se esquece de como era.
25 Aquele, porém,
que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera,
não sendo ouvinte esquecidiço, mas fazedor da obra, este tal será
bem-aventurado no seu feito.
26
Se alguém entre vós cuida ser religioso, e não refreia a sua
língua, antes engana o seu coração, a religião desse é vã.
27
A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar
os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da
corrupção do mundo.
»ATOS 26
·DISCURSO DE PAULO
PERANTE AGRIPA
1 DEPOIS Agripa
disse a Paulo: É permitido que te defendas. Então Paulo, estendendo
a mão em sua defesa, respondeu:
2 Tenho-me por
feliz, ó rei Agripa, de que perante ti me haja hoje de defender de
todas as coisas de que sou acusado pelos judeus;
3 Mormente sabendo
eu que tens conhecimento de todos os costumes e questões que há
entre os judeus; por isso te rogo que me ouças com paciência.
4 Quanto à minha
vida, desde a mocidade, como decorreu desde o princípio entre os da
minha nação, em Jerusalém, todos os judeus a conhecem,
5
Sabendo de mim desde o princípio (se o quiserem testificar), que,
conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu.
6 E agora pela
esperança da promessa que por Deus foi feita a nossos pais estou
aqui e sou julgado.
7 À qual as nossas
doze tribos esperam chegar, servindo a Deus continuamente, noite e
dia. Por esta esperança, ó rei Agripa, eu sou acusado pelos judeus.
8 Pois quê?
julga-se coisa incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos?
9 Bem tinha eu
imaginado que contra o nome de Jesus Nazareno devia eu praticar
muitos atos;
10 O que também fiz
em Jerusalém. E, havendo recebido autorização dos principais dos
sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e quando os
matavam eu dava o meu voto contra eles.
11 E, castigando-os
muitas vezes por todas as sinagogas, os obriguei a blasfemar. E,
enfurecido demasiadamente contra eles, até nas cidades estranhas os
persegui.
12 Sobre o que, indo
então a Damasco, com poder e comissão dos principais dos
sacerdotes,
13 Ao meio-dia, ó
rei, vi no caminho uma luz do céu, que excedia o esplendor do sol,
cuja claridade me envolveu a mim e aos que iam comigo.
14 E, caindo nós
todos por terra, ouvi uma voz que me falava, e em língua hebraica
dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura coisa te é
recalcitrar contra os aguilhões.
15 E disse eu: Quem
és, Senhor? E ele respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues;
16 Mas levanta-te e
põe-te sobre teus pés, porque te apareci por isto, para te pôr por
ministro e testemunha tanto das coisas que tens visto como daquelas
pelas quais te aparecerei ainda;
17 Livrando-te deste
povo, e dos gentios, a quem agora te envio,
18 Para lhes abrires
os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do poder de Satanás
a Deus; a fim de que recebam a remissão de pecados, e herança entre
os que são santificados pela fé em mim.
19 Por isso, ó rei
Agripa, não fui desobediente à visão celestial.
20 Antes anunciei
primeiramente aos que estão em Damasco e em Jerusalém, e por toda a
terra da Judéia, e aos gentios, que se emendassem e se convertessem
a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento.
21 Por causa disto
os judeus lançaram mão de mim no templo, e procuraram matar-me.
22 Mas, alcançando
socorro de Deus, ainda até ao dia de hoje permaneço dando
testemunho tanto a pequenos como a grandes, não dizendo nada mais do
que o que os profetas e Moisés disseram que devia acontecer,
23 Isto é, que o
Cristo devia padecer, e sendo o primeiro da ressurreição dentre os
mortos, devia anunciar a luz a este povo e aos gentios.
24 E, dizendo ele
isto em sua defesa, disse Festo em alta voz: Estás louco, Paulo; as
muitas letras te fazem delirar.
25 Mas ele disse:
Não deliro, ó potentíssimo Festo; antes digo palavras de verdade e
de um são juízo.
26 Porque o rei,
diante de quem falo com ousadia, sabe estas coisas, pois não creio
que nada disto lhe é oculto; porque isto não se fez em qualquer
canto.
27 Crês tu nos
profetas, ó rei Agripa? Bem sei que crês.
28 E disse Agripa a
Paulo: Por pouco me queres persuadir a que me faça cristão!
29 E disse Paulo:
Prouvera a Deus que, ou por pouco ou por muito, não somente tu, mas
também todos quantos hoje me estão ouvindo, se tornassem tais qual
eu sou, exceto estas cadeias.
30 E, dizendo ele
isto, levantou-se o rei, o presidente, e Berenice, e os que com eles
estavam assentados.
31 E, apartando-se
dali falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada fez digno de
morte ou de prisões.
32 E Agripa disse a
Festo: Bem podia soltar-se este homem, se não houvera apelado para
César.
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